Agricultores em Santa Maria relatam o sofrimento que vem enfrentando com a seca

Postado em 03/05/2012 às 01:20

Dona Benedita Alves da Silva

Dona Benedita mostrando a roça de feijão que foi perdida

Plantação de goiaba que também foi perdida

A equipe do Blog Santa Maria em Foco esteve na localidade Lagoa da Pedra, em Santa Maria da Boa Vista, atendendo a um convite dos agricultores daquela localidade para mostrarem a difícil situação que eles vêm passando devido à falta de chuvas. Chegando ao local, fomos recebidos por dona Benedita Alves da Silva, 59 anos, que nos mostrou os prejuízos que os agricultores e criadores vêm tendo. Segundo dona Benedita, o feijão, o milho e a mamona plantadas morreram por falta de chuvas. Uma outra fonte de renda daquelas famílias, é a criação de animais, mas estão sendo vendidos por falta de água e alimentos, só dona Benedita foi obrigada pela seca a vender 135 cabeças de ovelhas nos últimos meses. No local existem vários poços e barragens, porém estão secos.

Dona Benedita Alves falou ainda que tem que pagar R$40.00 (quarenta reais) por um pipa de água, que dificulta ainda mais, já que a mesma só recebe um salário mínimo e tem outros compromissos.

Ao mostrar seus prejuízos devido à seca, transparecia também a emoção, mostrando a roça de feijão que foi plantada na “chuva de São José” no mês de março, e que ela não conseguiu sequer tirar nada, perdeu tudo, restou somente a terra seca no local dos pés de feijão,” Não temos água nem pra beber, se nós não tivermos R$40.00 pra pagar um pipa não bebemos água, isso não existe, somos seres humanos, somos trabalhadores, vivemos da agricultura, se não temos água não temos vida, um pai de família que vive sem nenhuma renda num lugar desse que não tem como sobreviver, então, um quilo de feijão por R$ 7.00 (sete reais) isso não existe, podendo nós mesmos tirar da terra nosso alimento, precisamos de ajuda de todos os boavistanos, de todos os políticos, estamos pedindo socorro que estamos se afogando, mas se afogando na terra seca, tenho 59 anos, vivo lutando, eu não to pedindo o pão, porque uma sexta básica não vai suprir nossa necessidade, estamos pedindo um socorro pra gente trabalhar, nunca tinha visto uma seca como essa. Essa vida é uma escravidão, não queremos mais viver nessa escravidão da miséria, hoje meus filhos estão espalhados pelo mundo, todos moravam comigo na Lagoa da Pedra, e hoje um no canto e outro pra outro, e eu sofrendo a falta dos meus filhos e eles sentindo a minha falta”.

A Lagoa da Pedra é uma das localidades que podem ser beneficiadas com a Adutora do Rio Garças.

Anderson Guimarães

Fotos: João Batista/ J. Nascimento