Rio+20 / Cúpula dos povos UM OLHAR DO ESTADO E DA SOCIEDADE CÍVIL Por uma perspectiva Sociológica Sônia Ribeiro

Postado em 07/06/2012 às 19:00


 O que é a Rio+20?

 13 á 23 de Junho de 2012 ocorrerá, na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS, ou UNCSD na sigla em inglês). Essa iniciativa da ONU está também motivando a organização de uma série de eventos e processos de discussão no Brasil e em todo o mundo, que culminarão em um grande conjunto de atividades no período próximo à conferência.  Entre os dias 11 e 24 de Junho, paralelo a Rio+20 acontecerá à cúpula dos povos evento organizados pelos os movimentos sociais, mas ocorrerão inúmeras atividades relacionadas também em outros lugares, e em outras datas.

É importante destacar que “Rio+20” é o apelido dado tanto à conferência da ONU em si, quanto ao conjunto de eventos e atividades a ela relacionados, conectados ao não ao seu processo oficial.

A Rio+20 será um evento de grandes dimensões, provavelmente a maior conferência já realizada pela ONU. Segundo declarações dos organizadores, mais de uma centena de chefes de Estado ou de governo já confirmaram presença, e 250 mil pessoas são esperadas para os eventos oficiais e paralelos. O documento final da conferência será um dos grandes encaminhamentos coletivos com propostas de mudanças para os próximos 20 anos. O grande debate será a Economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza apresentando “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável” Desenvolvimento sustentável para o combate à pobreza; Desenvolvimento sustentável como resposta às crises econômicas e financeiras; Segurança alimentar e nutricional; Economia para o desenvolvimento sustentável, incluindo padrões sustentáveis de produção e consumo; Florestas; Cidades sustentáveis; Desemprego, trabalho decente e migrações; Energia sustentável para todos; Água; Agricultura, territórios, Sequestro de carbono e Oceanos.

Todas essas discussões terá que apontar para uma grande proposta de assegurar a sobrevivência humana sustentável sem violar o meio ambiente.  Nesse período estaremos com os nossos pensamentos voltados para um dos maiores eventos já realizados no mundo, pois versará para uma reflexão, sobre as grandes preocupações ambientais, que entram no século 21 sem resposta, e colocam em pauta ações de extrema importância para a sobrevivência humana, pensar a sustentabilidade economia, pobreza dentro de um contexto ambiental, esses temas, reviram ideias e promovem grandes discussões mundiais, e precisam apontar soluções a curto e médio prazo, parar com a destruição da natureza, incluir socialmente e economicamente milhões de seres humanos que transitam no mundo, na busca de oportunidade de trabalho, água, terra, territórios, emprego, alimento e outros agentes sociais, tentando sobreviver nas redes excludente dos mercados neoliberais.

 Cúpula dos povos

 Paralelo a esse grande evento de Estado/governo acontecerá também no Rio de Janeiro a cúpula dos povos, movimento articulado por organizações sociais mundiais que aos longos das décadas, vem lutando por mudanças radicais ao sistema capitalista e objetivam apresentar, novas alternativas de viver em sociedade, alternativas que tem como projeto revitalizar os valores sociais e ambientais como um direito humano, e repensar a crise da civilização não como um conceito, mas uma realidade que precisa de uma nova síntese histórica, fazendo um contraponto à lógica excludente da sociedade do capital, que financeirizou a vida em prol do lucro e colocou  os países do terceiro mundo e os iluminados dos  G8 os  mais ricos da terra, em uma crise devastadora. Pensar novos ideários de viver em sociedade e reeler o mundo, para além do imediato e entender que fazer mudanças é incluir, sobretudo as diferenças e os socialmente diferentes (mulheres, negros, indígenas, livre orientação sexual, liberdade de expressão e religiões etc.). Todos esses segmentos organizados e qualificados reordenarão uma nova proposta para os temas que serão discutidos por dentro da conferencia RIO+20. E reafirmarão que outro mundo só e possível com o respeito e direito humanos a vida, ou seja, a natureza, garantir para as futuras gerações um modelo economicamente viável e autossustentável, diferentes dos valores irracionais da sociedade do mercado e capital. Sendo assim eu estou na cúpula dos povos.